culturas negras no mundo atlântico



sound system em salvador; luta de arena em dakar; performances no harlem, ny; carnaval em londres; cafés literários na martinica; emancipation celebration em trinidad; salões de beleza afro em paris; artes visuais em luanda; festival de vodum em uidá. a terceira diáspora é o deslocamento virtual de signos - discos, filmes, cabelos, slogans, gestos, modas, bandeiras, ritmos, ícones - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra. potencializado pela globalização eletrônica e pela web, coloca em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas. uma primeira diáspora acontece com os deslocamentos do tráfico de africanos; uma segunda diáspora se dá pela via dos deslocamentos voluntários, com a migração e o vai-e-vem em massa de povos negros. diásporas_estéticas em movimento.
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antropóloga, viajante e fotógrafa amadora, registro cenas do cotidiano em cidades negras das américas do norte e do sul, caribe, europa, áfrica e brasil, sobre as quais pesquiso, escrevo e realizo mostras audiovisuais. meu porto principal é salvador da bahia onde moro. Goli edits the blog www.terceiradiaspora.blogspot.com from Bahia Salvador, is a traveller and amateur photographer who recorded scenes of daily life in the atlantic cities about which she writes and directs audiovisual shows. She has a post-doctorate in urban anthropology and is the author of the book "The Plot of the Drums - african-pop music from Salvador" and "Third Diaspora - black cultures in the atlantic world".

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

terror e aventura


Ilustração de Athos Sampaio.
Capa do livro Terror e aventura, tráfico de africanos e cotidiano na Bahia. 
Salvador, Editora Corrupio, 2012, de Elizabeth Rodrigues e Goli Guerreiro.

cultura crioula

ilustração de athos sampaio 



Quando os africanos foram trazidos para o Brasil tiveram que deixar tudo. Mas não se pode apagar a experiência trazida no corpo e na memória. Aqui recriaram formas de organizar o espaço, os lugares sagrados, os ciclos do tempo, os dias dedicados aos deuses, as relações entre as pessoas, as cores das roupas, as festas, a imaginação, os sonhos.

Da África, puderam também contar com as artes aprendidas, as técnicas de trabalhar o ferro e o ouro, a música, a dança, o conhecimento das plantas e outros muitos saberes resistiram às proibições da época do escravismo. (trecho de terror e aventura).

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

em nome de alá

ilustração de athos sampaio, in terror e aventura.

“A rebelião de 1835 estava planejada para acontecer no amanhecer de um domingo, 25 de janeiro, dia de Nossa Senhora da Guia. Essa era, naquela época, uma grande celebração, parte do ciclo de festas do Bonfim, bairro ainda rural, cheio de roças, hortas, fazendas e engenhocas, distante cerca de oito quilômetros do centro urbano de Salvador. Domingo da Senhora da Guia – um bom dia para os escravos se rebelarem, já que estariam mais livres da vigilância senhorial. A escolha de dias santos, domingos e feriados para o exercício da rebeldia fazia parte do modelo de movimentação política dos escravos na Bahia e no mundo [...]"Joao José Reis sobre A revolta dos Malês. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

no engenho dos senhores

ilustração de athos sampaio in terror e aventura



Na última década do século 16, os engenhos multiplicavam-se no Recôncavo. A vida da colônia ficou mais intensa no entorno da baía. A terra, o solo massapê, preto e argiloso, era muito bom para o cultivo da cana. A mata foi dando lugar a plantação tão grande que parecia um mar, um mar triste, que escondia um trabalho sem justiça e sem liberdade.

A produção do açúcar dependia de um esforço pesado e da técnica em diversos setores – a limpeza dos campos, o cultivo da cana, o corte, a extração do caldo, o cozimento até o ponto de refinar os doces cristais – tudo era feito pelos escravizados. (trecho de terror e aventura).

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

pirataria e luta

ilustração de athos sampaio in terror e  aventura


No início do século 19, a província da Bahia começa a viver sucessivas revoltas escravas. Cerca de trinta revoltas, levantes e conspirações ocorreram em Salvador e no Recôncavo. A cada revolta vivida, a cidade ficava em polvorosa. A polícia revistava as casas dos negros em busca de suspeitos, provas ou armas.

 “Às 6 horas, sem toque de tambor e sem arruído, estavam tomadas as portas da cidade, distribuídas diligências de capitães-do-mato, cercado e varado o casebre em que se faziam as reuniões. Neste foram presos sete dos cabeças ou capitães, encontraram-se cerca de 400 flechas, um molho de varas para arcos, meadas de cordel, facas, pistolas e um tambor. Os capitães-do-mato capturaram três dos chefes que já haviam fugido” (Nina Rodrigues).

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