culturas negras no mundo atlântico



sound system em salvador; luta de arena em dakar; performances no harlem, ny; carnaval em londres; cafés literários na martinica; emancipation celebration em trinidad; salões de beleza afro em paris; artes visuais em luanda; festival de vodum em uidá. a terceira diáspora é o deslocamento virtual de signos - discos, filmes, cabelos, slogans, gestos, modas, bandeiras, ritmos, ícones - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra. potencializado pela globalização eletrônica e pela web, coloca em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas. uma primeira diáspora acontece com os deslocamentos do tráfico de africanos; uma segunda diáspora se dá pela via dos deslocamentos voluntários, com a migração e o vai-e-vem em massa de povos negros. diásporas_estéticas em movimento.
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antropóloga, viajante e fotógrafa amadora, registro cenas do cotidiano em cidades negras das américas do norte e do sul, caribe, europa, áfrica e brasil, sobre as quais pesquiso, escrevo e realizo mostras audiovisuais. meu porto principal é salvador da bahia onde moro. Goli edits the blog www.terceiradiaspora.blogspot.com from Bahia Salvador, is a traveller and amateur photographer who recorded scenes of daily life in the atlantic cities about which she writes and directs audiovisual shows. She has a post-doctorate in urban anthropology and is the author of the book "The Plot of the Drums - african-pop music from Salvador" and "Third Diaspora - black cultures in the atlantic world".

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

diáspora, denso termo

Diáspora é palavra grega conhecida no séc.V antes de cristo em Sófocles e Heródoto. Mais tarde, a palavra aparece no Novo Testamento da tradição cristã, no qual a igreja aparece como uma comunidade dispersa de peregrinos à espera de retorno à cidade de deus. Seu uso quase desapareceu no séc. IV para ressurgir na época da reforma e da contra-reforma no séc. XVI quando descreve as minorias protestantes. Para compreender a popularização do termo no curso da segunda metade do século XX é fundamental se voltar para 2 exemplos: a diáspora judaica e a diáspora negra. Para alguns estudiosos o povo judeu representa a experiência diaspórica clássica, em razão da sua capacidade de preservar sua integridade etno-religiosa, a despeito de seus 2 mil anos de existência sem exercer poder político próprio em sua terra de origem (até 1948 com a criação do Estado de Israel). Mas no século XIX e início do séc. XX pensadores como Du Bois, Edward Blynden e Frantz Fanon estabeleceram paralelos entre as dispersões judaica e africana. Segundo eles, judeus e africanos estão ligados pelo papel da África na história judaica, fortemente ligada ao Egito. Esses primeiros pensadores não usaram o termo diáspora para falar da experiência negra. O termo, neste contexto, só aparece em artigos acadêmicos na metade dos anos 1960, e então passou a ser utilizado por intelectuais influentes como Paul Gilroy e Stuart Hall. Atualmente faz parte da linguagem de ativistas negros e é largamente utilizado em todas as mídias. A ideia daquilo que é a diáspora tornou-se "difusa". Para John Peffer, "entre os mais jovens membros das comunidades da diáspora, as práticas culturais e as formas de auto-identificação são mais cosmopolitas e têm uma inflexão mais globalizante como nunca antes”.


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