Fort-de-France, capital da Martinica é conhecida pela sua criação literária. Terra de Franz Fanon, eternizada pela obra de Aimé Cesaire, criador do termo negritude e atualizada no movimento de crioulidade. Entre os escritores martiniquenhos destaca-se Patrick Chamoiseau autor de Texaco. O livro conta a história de uma líder comunitária desse bairro periférico de Fort-de-France. “Essa neta de escravos vive ali desde os anos 1950, quando o mangue era da multinacional do petróleo. E agora chega um urbanista da prefeitura, de nome Cristo, com o projeto de demolir a favela. Marie Sophie se revolta. Com o verbo saboroso e muita verve, expressando-se numa ‘língua- fronteira’ - como definiu Milan Kundera a respeito do autor -, entre o francês colonizador e o crioulo dos ex-escravos e miseráveis ela vai tentar convencer o urbanista a mudar de idéia”[Cia das Letras].
“Há um debate terrível. O discurso dominante nas Antilhas sob dominação francesa é o discurso da negritude. Aimé Césaire é uma influência total. A negritude se tornou um discurso humanista. A ‘crioulidade’ é acusada de ser uma tentativa literária que nos levaria a algo muito localizado, fechado, quando na verdade é o contrário. Os que defendem a negritude se refugiam num discurso universalista e sob esse pretexto se escondem atrás de uma transparência absoluta. Não são nem negros, nem antilhanos. Escrevem num francês impecável que não representa em nada nossa realidade cultural” [Patrick Chamoiseau].
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