Mohamed Camara, da República da Guiné, atravessou o Atlântico para se tornar jogador de futebol e residir no Brasil. Aos 17 anos, entrou clandestino em navio de carga, no porto de Conacri, para uma viagem de 7 dias, escondido na casa de máquinas, sem comer ou beber. Acolhido em Salvador, Mohamed assistiu a um jogo do Bahia e disse gostar do futebol de Portugal e França, sem esquecer das performances de Kaká, Robinho, Figo e Cristiano Ronaldo. Esta é a história de um garoto que desafiou tempo e espaço realizando de uma só vez a primeira, a segunda e a terceira diásporas.
A primeira diáspora, pela via da escravidão, ocorreu com os deslocamentos históricos do tráfico negreiro. Da “terra da vida” - expressão com a qual os negros sudaneses designavam a África- estima-se que foram traficados 12 milhões de africanos para as Américas. As condições da viagem de Mohamed remetem ao tráfico. A segunda diáspora acontece, pela via dos deslocamentos voluntários, como a migração de jamaicanos para Londres; de porto-riquenhos para New York; de beninenses para Paris; de caboverdianos para Lisboa e NY; de angolanos para o Brasil, etc. Iniciada logo após a escravidão com o retorno de ex-escravos para a África, ela se desenvolveu enormemente no século XX.
O deslocamento de africanos de áreas colonizadas pela França para Paris é ininterrupto. Mohamed, entretanto, preferiu migrar para o Brasil. Lançado no circuito de comunicação da terceira diáspora; conectado com um repertório de signos, Mohamed conheceu jogadores, práticas e países; traçou sua rota atlântica em direção à Salvador da Bahia, e atualmente reside no bairro da Liberdade, aos cuidados de Vovô, fundador do bloco afro Ilê Aiyê.
A primeira diáspora, pela via da escravidão, ocorreu com os deslocamentos históricos do tráfico negreiro. Da “terra da vida” - expressão com a qual os negros sudaneses designavam a África- estima-se que foram traficados 12 milhões de africanos para as Américas. As condições da viagem de Mohamed remetem ao tráfico. A segunda diáspora acontece, pela via dos deslocamentos voluntários, como a migração de jamaicanos para Londres; de porto-riquenhos para New York; de beninenses para Paris; de caboverdianos para Lisboa e NY; de angolanos para o Brasil, etc. Iniciada logo após a escravidão com o retorno de ex-escravos para a África, ela se desenvolveu enormemente no século XX.
O deslocamento de africanos de áreas colonizadas pela França para Paris é ininterrupto. Mohamed, entretanto, preferiu migrar para o Brasil. Lançado no circuito de comunicação da terceira diáspora; conectado com um repertório de signos, Mohamed conheceu jogadores, práticas e países; traçou sua rota atlântica em direção à Salvador da Bahia, e atualmente reside no bairro da Liberdade, aos cuidados de Vovô, fundador do bloco afro Ilê Aiyê.
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